O Workaway é uma plataforma de trabalhos voluntários que você se inscreve para trabalhos em diversas áreas e lugares do mundo. Os trabalhos vão desde dar aulas de inglês em comunidades carentes, trabalhar em hostels, cuidar de animais resgatados das ruas até trabalhar na construção de pequenas vilas, de jardineiro e por ai vai.
Os trabalhos podem ser feitos tanto para empresas ou organizações (hotéis, institutos de caridade) quanto para pessoas (cuidar de crianças, ajudar com deveres da casa, ajudar em construções da própria casa).
Pelo site é possível consultar vagas de trabalho em todo o mundo, mas para se candidatar a essas vagas é preciso pagar uma taxa. A taxa é anual e custa € 36 para uma pessoa e € 48 para casais. As jornadas de trabalho variam de 4 – 5 horas diárias, 5 vezes por semana. Os horários variam de lugar para lugar.
Em troca do trabalho é oferecido alojamento, variando desde simples barracas de camping e quartos compartilhados até um quarto privado na casa do empregador ou um bangalô no hotel. Alguns locais de trabalho oferecem uma ou mais refeições. Já outros oferecem aluguel de moto, bebidas e festas inclusas, como é o caso de alguns hostels. Existem alguns que dão até uma forcinha pagando uma ajuda de custo, mas esses são bem poucos, lembrando que a plataforma visa a troca de favores e não paga salários.
Todo o sistema é muito parecido com o Worldpackers para você fazer trabalho voluntário pelo mundo afora. Basta se increver, se candidatar e viajar!
Onde foi meu primeiro Workaway
Meu primeiro Workaway foi na praia de Khanom, na província de Nakhon Si Thammarat, na Tailândia. Eu pelo menos nunca tinha ouvido falar dessa praia e acredito que muitos não saberão aonde ela fica.


Bom, a praia é um pouco isolada e fica depois dos ferries que conectam o continente às famosas ilhas de Koh Samui, Pha Ngan e Tao. É uma praia até grande, mas totalmente desabitada, possuindo apenas alguns bares e resorts. O centro da cidade fica a uns 7km, onde você pode encontrar alguns mercados e comércio local.
No que trabalhei nesses dias por lá
Trabalhei em um reggae bar, pé na areia, bem calmo. Minha função basicamente não era trabalhar no bar e sim na parte de trás. Do outro lado da estrada, na parte de trás do bar ficava nossos bangalôs, onde a gente dormia.

Era uma área grande, com uma plantação onde ajudei na limpeza de todo o terreno, recolhendo lixo e folhas. Também ajudei na horta, dando uma limpada e preparando o terreno para o plantio. Joe, que foi meu host, estava gravando um video institucional e uma parte dele ia ser feita nessa parte dos bangalôs.


Também ajudei na criação do novo cardápio do bar, criando toda parte de design e até adicionando pratos brasileiros como coxinha e bolinha de queijo. Dei uma pequena ajuda na gravação do video apenas batendo a claquete e também na limpeza do bar.
O que recebi em troca do trabalho
Em troca do trabalho recebemos um bangalô só para nós e todas as refeições. O bangalô era bem básico e frequentemente entrava algum bicho, mas nos acostumamos com uma semana por lá. O banheiro era estilo tailandês, com chuveiro de água fria e descarga de balde. Nada que também não fosse fácil de nos acostumar.

Quanto as refeições, nós mesmo que fazíamos. Era basicamente comida thai e as vezes nós comprávamos algumas coisas diferentes para dar uma mudada. Assim como fizemos um prato brasileiro, também experimentamos pratos de outros países que outros Workawayers fizeram.
Como foi a experiência
Foram dias de muita paz em uma praia deserta com o mar apenas para nós. O turno de trabalho era dividido em duas partes. Das 08h00 às 11h00 e das 16h00 às 18h00, 5 horas por dia e 5 dias por semana. Tínhamos a tarde inteira livre para fazermos o que quiser.


Alguns dias acordamos bem cedo para ver o sol nascer. Em outros entramos no mar de noite para ver o show de bioluminescência dos fitoplânctons. Era uma praia diferente das que todos estão acostumados na Tailândia. Mesmo não tendo aquele mar verde com água transparente, era uma praia muito limpa, bem parecida com as praias do nordeste brasileiro.

Morávamos em um lugar que não tínhamos preocupação com roubos ou violência. Nosso bangalô ficava sempre aberto sem perigo de ninguém mexer nas coisas. A conta do bar era na base da confiança. Cada um marcava o que consumia em um bloco de notas e pagava no final do mês. Isso funcionava tanto para nós funcionários quanto para os clientes.

Fizemos amigos de diversos lugares do mundo como Argentina, Japão e Polônia. Outros tipos de amigos se juntaram a nós. Eram 3 cachorros que viviam lá e sempre estavam andando junto com nós. Um deles tinha muito ciúmes dos outros cachorros. Ele vivia do nosso lado, nos protegia e quase todos os dias ele ia nos acordar no bangalô.

Conhecemos muito da cultura tailandesa. Joe que era nosso empregador era muito gente boa. Fez questão de nos mostrar o mercado local e nos ensinar algumas coisas sobre a Tailândia. Seus amigos estavam no bar quase todas as noites e aos finais de semana eles tocavam em uma banda de reggae por lá.


Fomos junto com eles em um bar local que não teríamos conhecido se não estivéssemos com moradores locais. Um pouco antes de irmos embora aconteceu um casamento no terreno ao lado do bar. Ficamos apenas olhando de fora tirando algumas fotos e fomos convidados para participar. Fomos muito bem tratados e foi uma experiência incrível.
O que aprendi com o Workaway
Aprendi que é possível viver com muito pouco. Aprendi a economizar mais água do que eu já economizava e a dar valor para as coisas básicas da vida. Aprendi a viver em um ambiente mais selvagem, com animais e me acostumar a isso.



Convivi com um povo diferente de outros que eu ja tinha conhecido pela Tailândia. Um povo mais simpático que te recepcionava bem em qualquer lugar. Aprendi um pouco da língua thai e como trabalhar em uma horta.
É realmente possível economizar com o Workaway
Sim, é possível, mas de uma forma ou de outra você vai acabar gastando algo, mesmo com moradia e alimentação inclusas. Como trabalhava em um bar em um lugar isolado, acabava tendo gastos no bar. Me controlei ao máximo, mas acabei tendo alguns gastos com o aluguei de uma moto e comendo em outros restaurantes nos dias de folga.

Se eu recomendo outras pessoas a trabalharem pelo Workaway
Com certeza eu recomendo. É uma experiência que nenhuma viagem comum vai te trazer. Viver e trabalhar com o povo local, aprender coisas novas, trabalhar em funções que não faríamos em nosso país. Gostei tanto que já estou trabalhando em um segundo Workaway e já planejando o terceiro que vou relatar por aqui, com todos os detalhes. Portanto não esqueça de se cadastrar no site e ter a sua experiência no Workaway pelo mundo.
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Ótimo post Flávio!
Me inspirou bastante em um dia voltar para Tailândia e fazer pelo menos um mês de Workaway!
Um forte abraço e continue fazendo esses posts maravilhosos!
E ai Eduardo, blz?
Valeu cara, faça mesmo, é uma experiência diferente de tudo.
Abraço
entao cara quando vc foi para a tailandia seu ingles era fluente ? meu nivel de ingles e intermediario e possivel fazer o workway com esse nivel de ingles ?
Cara, eu não falava espanhol, fui pra um país que a língua é essa, fiquei um mês lá. Agora eu falo um pouquinho. E não, espanhol não é tão fácil assim, só pq nós que falamos português. Eu só sabia os pronomes, alguns adjetivos, uns verbos, objetos… Ou seja, nada. Na primeira semana eu ficava que nem uma pateta olhando pras pessoas que falavam muito rápido e eu, há tempos, perdida nas primeiras palavras das frases. Se tu tem nível de intermediário, tá mais que ótimo. Você aprende muito. Acho que se eu tivesse ficado mais um ou dois meses,… Read more »
Agora essa taxa do e-book é obrigatória? Em 12/2015, não era.
ps: inclusive, é venda casada.. kkk
E você traduziu muito bem essa experiência, tanto no sentido que cada uma situação passa a você, como em explicar que você não vai viver isso numa viagem normal, fazer parte tão intensamente da cultura daquele local.
A parte sobre economizar, ela traduz bastante também.
Muito bom seu artigo, cara. Workaway ou qualquer outro dessa categoria é uma ótima escolha!
Então, não vi a opção pra desmarcar a compra, acho que é sim
Não é.
E aí Flavião, tudo na paz?! Vi vc compartilhando seu post e vim ler um artigo sobre a Tailândia. Teve um bug da Turkish recentemente aqui no Brasil e to indo pra ficar, incríveis 4 meses espero eu, haha! Li na sua bio aqui que você tá morando na Thai… e ficou a dúvida, tu se legalizou aí ou tá pulando de galho em galho pra renovar os 90 dias do Visto? Conte me mais… Eu chego aí dia 30 de maio e só volto em setembro, vou procurar alguma coisa no Workaway pra fazer também… A pergunta sobre morar… Read more »