Foi no dia 23 de junho de 2014, quando começou minha jornada fora do Brasil. Inicialmente um mochilão de 2 meses pela Europa que seria continuado com um intercâmbio de 1 ano em Dublin, na Irlanda. Mochilão feito, e eu tendo aterrissado na terra da cerveja Guinness, era uma vida nova que eu teria pela frente. País, cultura e clima totalmente diferentes do Brasil que eu teria que me adaptar. Sair da zona, morando fora de casa pela primeira vez e com várias pessoas estranhas.
Chegava eu na Irlanda com uma mala imensa nas costas. Para todos que vão para a Irlanda, isso é pouco, pois a maioria das pessoas chega com 2 malas para passar o resto do intercâmbio. Já tinha aprendido a viajar com menos depois que meu mochllão de 2012 trouxe uma dor nas minhas costas por uns bons meses. Mesmo assim, ainda estava viajando com um excesso de roupas e coisas que daria para ter evitado.
Aprendendo a ser mais simples e econômico
Mas isso mudaria nos meses seguintes. Viver fora de casa faz você aprender a ser econômico, principalmente em um pais em que a moeda vale quase 4 vezes a sua. Você aprende a ter menos coisas, pois além de gastar menos, já não tem mais todo o espaço que tinha em sua casa, com um quarto e um guarda-roupa só para você. Você aprende a dividir a casa e principalmente o quarto com pessoas de tudo que é canto do mundo. Isso era bom, mas muitas das vezes eu não gostava, mas relevava.
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Em um intercâmbio você tem que aprender a conviver com pessoas com culturas totalmente diferentes das suas, com costumes diferentes. Não são todos que tem a mesma higiene que somos acostumados a ter desde pequeno, nem que mantém a casa com o mínimo de organização. Mas você aprende a ser menos egoísta e aceitar mais as diferenças das pessoas.
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Quando comecei a pegar o gosto de viajar, comecei abrir mão de muita coisa material. Comecei a preferir ficar em casa ou abrir mão de uma festa, para juntar o dinheiro de alguns dias de viagem para um mochilão futuro. Comecei a abrir mão de comer na rua e fazer as coisas em casa. Podem parecer gastos mínimos, mas tudo conta. De pouquinho e pouquinho, você percebe o quanto economizou.
Dublin é um lugar extremamente caro para beber, devido aos impostos para bebidas alcoólicas serem altos. O governo faz isso devido ao país ter um grande número de alcoólatras, mas pelo que eu via, isso não surtia muito efeito. Dava preferência para lugares com promoção como alguns pubs e baladas que davam desconto nas bebidas em alguns dias da semana.
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Quando voltei pro Brasil levei um susto com o preço das coisas, pois apesar da moeda da Irlanda ser o euro, eu gastava menos lá do que aqui. Abri mão de sair com os amigos, tanto antes quanto depois do meu intercâmbio, coisa que não conseguia fazer. Anos atrás não aceitava o fato de passar o fim de semana em casa, hoje em dia nem ligo.
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Tudo é uma questão de escolhas e prioridades e eu escolhi viajar. As pessoas chegam e comentam como eu consigo sempre viajar, que isso é coisa de rico, mas não veem o tipo de viagem que eu faço, no modo econômico ou que eu deixo de sair para conseguir fazer isso. Elas também não enxergam o quanto gastam em coisas supérfluas, comprando roupas novas toda semana, comendo fora todos os dias ou trocando de carro todos os anos.
Não sou nem nunca fui uma pessoa mão de vaca, mas hoje em dia eu comparo o preço de tudo. Penso assim: Po, o dinheiro que vou gastar comendo no Mc Donalds dá pra eu pagar uma diária em um hostel na Europa ou até uma diária em um bom hotel no sudeste asiático. Acho que isso se tornou meio que um pensamento mochileiro. Claro que existem vezes que você está com vontade de gastar em alguma coisa e vai lá e gasta. Isso também não pode se tornar uma obsessão, mas a maioria das vezes você pensando duas vezes, consegue perceber que fazendo um esforcinho é possível ser econômico.
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Mesmo quando achava que já estava sendo econômico, a vida me surpreende. Quando estava nas Filipinas, no meu mochilão de 2 meses pelo sudeste asiático, conheci uma menina belga e um cara francês, que estavam viajando a quase 1 ano no modo mais econômico possível. Meu orçamento era €30 por dia, incluindo tudo (hostel, alimentação e passeios) só que quando perguntei quanto a garota estava gastando não acreditei.
Ela disse que tinha um orçamento mensal de €400, isso mesmo! Perguntei como e ela falou que não pagava por hospedagem, que sempre se hospedava pelo Couchsurfing ou fazia trabalhos voluntários. Também não comia na rua, sempre fazia sua própria refeição. Daí pra frente comecei a pesquisar mais, e com conhecimento, consigo economizar ainda mais nas minhas viagens. Tanto é que minha próxima viagem vai ser nesse estilo.
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Acho que com um pouco de esforço e conhecimento é possível viajar sempre, sem gastar tanto. As pessoas sempre dão desculpa para viajar, mas não dão desculpa quando querem comprar um iphone novo ou gastar com outra coisa desnecessária.
A sociedade está tão acostumada com a ideia de que o dinheiro só bem gasto com objetos materiais que quando você fala que gasta todo seu dinheiro com viagens, acham que está gastando com algo desnecessário ou ainda pior, te julgam consumista. Acho que o dinheiro mais bem gasto, é aquele gasto com momentos, seja viajando ou fazendo algo que você vai se lembrar para sempre.
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